Há dias em que nem vale a pena levantar.
Há dias em que tudo está destinado ao erro.
E se ao menos fechar os olhos ajudasse em alguma coisa...
Se ao menos isso pudesse afastar a dor
que a pouco e pouco vai matando cada pedaço de mim.
De nada adianta.
Fecho os olhos e ela continua ali.
Forte, afiada, severa.
Há dias assim.
Em que estamos fracos,
em que todas as nossas cicatrizes se tornam vivas,
em que o coração aperta,
e nada adianta.
É, há dias assim...
Em que nem vale a pena tentar levantar.

Olho-me ao espelho.
E o que vejo é o reflexo de algo que já não conheço.
Sentimentos, traços, pensamentos...
Quem é aquela que olha para mim em reprovação?
"para mim"... Mas afinal quem sou eu? O que é feito daquela rapariga que conhecia tão bem?
Algumas menórias ainda resistem, e lembro-me de quem eu era.
Uma sonhadora, que acreditava no melhor e no improvável, com a pura inocência de uma menina.
Alguém forte, inquebrável.
Alguém que encarava a vida com um sorriso, mesmo se a vida não lhe sorrisse de volta.
O que é feito de mim?
Aquilo que se reflecte no espelho não se compara a nada daquilo que eu já fui.
E o que ainda parece haver do meu passado, é apenas uma imagem falsa,
uma ilusão aos olhos de quem me vê, uma protecção para tudo o que guardo em mim.
E gostava de voltar a ser quem era...
Mas passado não volta. E o que fui, não posso mais voltar a ser.

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"believing it's only the beginning..."
acredita, luta, e segue o coração...

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"I never saw a wild thing sorry for itself. A bird will fall frozen dead from a bough without ever having felt sorry for itself."

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